Nas partes
anteriores, vimos que as torres templos em formatos piramidais, eram as moradas
ou portais dos deuses, e algumas dessas torres, tinham por nome os astros, como
por exemplo, o “templo do sol”.
Também vimos que a astrologia era uma prática religiosa
em torno dos astros! Estes astros nas religiões da antiguidade, representavam
os deuses, ou em determinadas culturas, eram encarados como sendo os próprios
deuses!
Se os povos da antiguidade absorveram a torre templo e a
astrologia da Babilônia, é provável que os deuses, também sejam de uma raiz em
comum!
- A Religião da Babilônia e Assíria (The
Religion of Babylonia and Assyria), do Professor Morris Jastrow Jr, pp. 699-701 diz:
“No mundo antigo, antes do surgimento do cristianismo, o Egito, a Pérsia e a
Grécia sentiram a influência da religião babilônica. Na Pérsia, o culto de
Mitra revela a inconfundível influência de conceitos babilônicos; e quando é
lembrado que grau de importância os mistérios relacionados com este culto
adquiriram entre os romanos acrescenta-se outro elo que liga as ramificações de
cultura antiga com a civilização do vale do Eufrates. A forte mistura de
elementos semíticos, tanto na primitiva mitologia grega como nos cultos gregos,
é agora tão geralmente admitida pelos eruditos, que dispensa comentário
adicional. Tais elementos semíticos são em grande parte mais especificamente
babilônicos”.
Vamos analisar 3 deuses na antiga Babilônia, que
influenciaram fortemente os mais diversos povos da antiguidade:
- Shamash, o
deus do Sol.
- Sin, o deus
da Lua.
- Ishtar – a
deusa da fertilidade e da guerra, representada geralmente por uma estrela, que
é Vênus!
Vejamos um artefato babilônico dos 3 deuses datado por
volta de 1186–1172 a.C.:
Museu de Louvre
Paris
Primeiramente,
vamos falar sobre o deus sol, ou deus do sol!
Shamash – Babilônia
- A Enciclopédia
Britânica diz: “Shamash,
(acadiano), Utu (sumério), na religião mesopotâmica, o deus do sol, que, com o
deus da lua, Sin (sumério: Nanna), e Ishtar (sumério: Inanna), a deusa de Vênus,
era parte de uma tríade astral das divindades. Shamash, como a divindade solar,
exerceu o poder da luz sobre as trevas e o mal. Nesta capacidade, ele se tornou
conhecido como o deus da justiça e da equidade, e era o juiz de ambos, os
deuses e homens. O deus é muitas vezes retratado com um disco que simbolizava o
sol. Como o deus do sol, Shamash foi o heróico conquistador da noite e da morte
que varreu os céus a cavalo ou, em algumas representações, em um barco ou
carruagem. Ele concedeu luz e vida”.
- A Enciclopédia Novo Mundo diz: “Shamash é descrito como vencendo a
escuridão e a morte. Como o Apolo posterior, ele fez sua jornada diária através
dos céus, seja a cavalo, em uma carruagem ou em um barco. Na mitologia astral
babilônica posterior, Sin, Shamash e Ishtar formaram uma grande tríade de
divindades, que ainda hoje desempenha um papel importante nos sistemas
astrológicos, embora sob nomes diferentes.
Na tradição
cananéia, o deus do sol era Shemesh, a "tocha dos deuses", mas era
descrito como feminino. O culto de Shemesh / Shamash também foi praticado entre
os israelitas, embora fosse proibido pelos profetas e escritores bíblicos. O
santuário principal tinha o nome E-barra (ou E-babbara) que significa
"Casa Brilhante" em alusão ao brilho de Shamash.
Juntamente com
Sin e Ishtar, Shamash formou uma tríade de deuses semelhante a mais antiga
trindade de Anu, Enlil e Ea, representando os céus, terra e água,
respectivamente. Os três poderes de Sin, Shamash e Ishtar simbolizavam três
grandes forças da natureza: o sol, a lua e a estrela da manhã (ou amor e
fertilidade)”.
- Vimos que
Shamash corresponde a Utu dos Sumérios e Shemesh dos Cananeus.
- Foi
assemelhado ao deus sol greco-romano Apolo, por fazer sua jornada diária numa
carruagem.
- Seu símbolo
é um disco que representa o sol.
- Exerceu o
poder da luz sobre as trevas e o mal.
- Conhecido
como o deus da justiça.
- Associado a
vitória, pois vence a noite e a morte.
- Era o que concedia luz e vida.
Surya (Arka) – Índia
- A Enciclopédia
Britânica diz: “Surya, no hinduísmo, é o deus sol. É comumente representado
em uma carruagem puxada por sete cavalos ou por um único cavalo com sete
cabeças. Um dos mais esplêndidos templos dedicados a Surya é o (“Templo do
Sol”) do século XIII, em Konark. Ali toda a estrutura é concebida como uma
carruagem sobre rodas na qual o deus Sol cavalga pelos céus puxados por cavalos
empinados. Os Puranas (coleções de mitos e lendas hindus) registram que as
armas dos deuses foram forjadas a partir de pedaços retirados de Surya, cuja
emanação completa era brilhante demais para suportar. Seu poder foi concebido
como dissipando a escuridão, curando doenças, aquecendo e iluminando o mundo.
- A Enciclopédia Novo Mundo diz: “O templo (Konark) assume a forma da
carruagem de Surya (Arka), o deus do sol, fortemente decorado com talha de
pedra. Todo o complexo segue o padrão de design de uma enorme carruagem puxada
por sete cavalos animados em doze pares de rodas elaboradamente decoradas. O
templo simboliza o movimento majestoso do deus do sol”.
http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Konark_Sun_Temple
Cavalos puxando a carruagem –
Konark
As rodas da carruagem - Konark
Vemos na Índia,
um deus sol numa carruagem, muito brilhante, que dissipa ou vence a escuridão,
que aquece e ilumina o mundo e um curador.
Apolo – Roma/Grécia
Templo de Apolo, Pompéia, Itália
- A Enciclopédia Novo Mundo diz: “Na mitologia grega e romana, Apolo era o
deus da luz, da verdade, do arco e flecha, da música, da medicina e da cura,
mas também portador da peste mortal. Ele acabou sendo identificado com o deus
Sol Hélios usurpando o lugar do último deus no panteão grego. Os Jogos Píticos
que foram realizados a cada quatro anos em Delfos foram conduzidos em honra do
deus. Foi nesses jogos que o ramo de louro, geralmente usada em sacrifícios
expiatórios, foi usada para construir a coroa da vitória.
Apolo teve um
grande número de denominações no mito grego, apenas algumas ocorreram na
literatura latina, principalmente entre elas Febo (o "brilhante"),
que era muito comumente usado tanto pelos gregos como pelos romanos para
denotar o papel de Apolo deus da luz.
Nas terras
tradicionalmente celtas, ele era mais freqüentemente visto como um deus da cura
e do sol e era freqüentemente comparado com os deuses celtas de caráter
similar.
- Apolo
Atepomarus ("o grande cavaleiro" ou "possuindo um grande
cavalo"). Os cavalos estavam no mundo celta, intimamente ligados ao sol.
- Apolo
Belenus ('brilhante'). Este epíteto foi dado a Apolo em partes da Gália, norte
da Itália e Noricum (parte da Áustria moderna). Apolo Belenus era um deus da
cura e do sol.
- A Enciclopédia
Britânica diz: “Seu nome próprio
Febo significa "brilhante" ou "puro", e essa visão
tornou-se corrente, que ele estava conectado com o sol.
- O historiador Heródoto,
dizia que Apolo e Hórus eram o mesmo deus.
Heródoto - História - Livro
II, 144,156
- A obra Gênio de
Petrarca: Pentimento e Profecia (Petrarch's Genius: Pentimento and Prophecy) de
Marjorie
O'Rourke Boyle
diz na página 35 que o imperador
Augusto fez um templo em honra de Apolo adornada com a quadriga solar (carro de duas rodas puxado por quatro cavalos
emparelhados),
ou carruagem do sol.
- Em
sua Elegía, Propércio
que viveu entre 43 a.C e 17 d.C. deixa uma descrição admirativa
do Templo de Apolo Palatino: “Tu me perguntas porque me fizeste esperar?
É que o divino Augusto há pouco abriu o magnífico pórtico de Apolo. [...] Ao
meio do pórtico se eleva, em mármore, o templo, que Apolo prefere por Délos,
onde ele nasceu. Eles admiram sob o cume de uma carruagem do Sol em
ouro; e a porta dupla, nobres restos do elefante de África, que representou um
dos lados dos gauleses precipitados das alturas do Parnaso, do outro a morte
cruel da infeliz Níobe. Finalmente Apolo, vestindo uma túnica flutuante, fez
soar suas canções entre sua irmã e sua mãe. - Propércio (tradução de J. Genouille, 1834), Elegía,
livro II, XXXI.
Vemos um deus solar numa
carruagem, brilhante ou da luz, associado as vitórias, e que cura!
Parte anterior 4
Parte anterior 4 (Continuação)
Parte posterior 5 B (continuação):
Parte posterior 5 C (continuação):
Vídeo da 5° Parte no Youtube:
Ansiosa para continuação....
ResponderExcluirOlá! Tive que dar uma pausa na série, porque estou terminando de escrever um livro para uma editora! Novidades em breve!
ExcluirEscrevendo um livro pra editora? Aí sim! Mais uma vez parabéns pela pesquisa cabal.
ExcluirSim, pela editora Chiado. Lançamento em Portugal e no Brasil, em Abril. Será sobre a Cruz!
ExcluirObrigado pelo o incentivo.