sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Série: Babilônia a Grande – Seu Mistério Revelado (Parte 5)

Para entendermos como Babilônia influenciou as religiões do mundo, e a sociedade como um todo, analisaremos desta vez, os deuses da antiguidade!


Nas partes anteriores, vimos que as torres templos em formatos piramidais, eram as moradas ou portais dos deuses, e algumas dessas torres, tinham por nome os astros, como por exemplo, o “templo do sol”.
Também vimos que a astrologia era uma prática religiosa em torno dos astros! Estes astros nas religiões da antiguidade, representavam os deuses, ou em determinadas culturas, eram encarados como sendo os próprios deuses!

Se os povos da antiguidade absorveram a torre templo e a astrologia da Babilônia, é provável que os deuses, também sejam de uma raiz em comum!

- A Adoração dos Mortos (The Worship of the Dead) de J. Garnier p. 3 diz: “Não apenas os egípcios, os caldeus, os fenícios, os gregos, e os romanos, mas também os hindus, os budistas da China e o do Tibete, os godos, os anglo-saxões, os druidas, os mexicanos e os peruanos, os aborígenes da Austrália e até mesmo os selvagens das ilhas dos Mares do Sul, devem todos ter derivado suas ideias religiosas de uma fonte comum e de um centro em comum. Em toda parte deparamo-nos com as mais surpreendentes coincidências nos rituais, nas cerimônias, nos costumes, nas tradições, e nos nomes e nas relações de seus respectivos deuses e deusas”.

- A Religião da Babilônia e Assíria (The Religion of Babylonia and Assyria), do Professor Morris Jastrow Jr, pp. 699-701 diz: “No mundo antigo, antes do surgimento do cristianismo, o Egito, a Pérsia e a Grécia sentiram a influência da religião babilônica. Na Pérsia, o culto de Mitra revela a inconfundível influência de conceitos babilônicos; e quando é lembrado que grau de importância os mistérios relacionados com este culto adquiriram entre os romanos acrescenta-se outro elo que liga as ramificações de cultura antiga com a civilização do vale do Eufrates. A forte mistura de elementos semíticos, tanto na primitiva mitologia grega como nos cultos gregos, é agora tão geralmente admitida pelos eruditos, que dispensa comentário adicional. Tais elementos semíticos são em grande parte mais especificamente babilônicos”.
Vamos analisar 3 deuses na antiga Babilônia, que influenciaram fortemente os mais diversos povos da antiguidade:

- Shamash, o deus do Sol.
- Sin, o deus da Lua.
- Ishtar – a deusa da fertilidade e da guerra, representada geralmente por uma estrela, que é Vênus!

Vejamos um artefato babilônico dos 3 deuses datado por volta de 1186–1172 a.C.:
Museu de Louvre Paris
 
Primeiramente, vamos falar sobre o deus sol, ou deus do sol!
 
Shamash – Babilônia
Louvre, Paris
 
- A Enciclopédia Britânica diz: “Shamash, (acadiano), Utu (sumério), na religião mesopotâmica, o deus do sol, que, com o deus da lua, Sin (sumério: Nanna), e Ishtar (sumério: Inanna), a deusa de Vênus, era parte de uma tríade astral das divindades. Shamash, como a divindade solar, exerceu o poder da luz sobre as trevas e o mal. Nesta capacidade, ele se tornou conhecido como o deus da justiça e da equidade, e era o juiz de ambos, os deuses e homens. O deus é muitas vezes retratado com um disco que simbolizava o sol. Como o deus do sol, Shamash foi o heróico conquistador da noite e da morte que varreu os céus a cavalo ou, em algumas representações, em um barco ou carruagem. Ele concedeu luz e vida”.

- A Enciclopédia Novo Mundo diz: “Shamash é descrito como vencendo a escuridão e a morte. Como o Apolo posterior, ele fez sua jornada diária através dos céus, seja a cavalo, em uma carruagem ou em um barco. Na mitologia astral babilônica posterior, Sin, Shamash e Ishtar formaram uma grande tríade de divindades, que ainda hoje desempenha um papel importante nos sistemas astrológicos, embora sob nomes diferentes.
Na tradição cananéia, o deus do sol era Shemesh, a "tocha dos deuses", mas era descrito como feminino. O culto de Shemesh / Shamash também foi praticado entre os israelitas, embora fosse proibido pelos profetas e escritores bíblicos. O santuário principal tinha o nome E-barra (ou E-babbara) que significa "Casa Brilhante" em alusão ao brilho de Shamash.
Juntamente com Sin e Ishtar, Shamash formou uma tríade de deuses semelhante a mais antiga trindade de Anu, Enlil e Ea, representando os céus, terra e água, respectivamente. Os três poderes de Sin, Shamash e Ishtar simbolizavam três grandes forças da natureza: o sol, a lua e a estrela da manhã (ou amor e fertilidade)”.

- Vimos que Shamash corresponde a Utu dos Sumérios e Shemesh dos Cananeus.
- Foi assemelhado ao deus sol greco-romano Apolo, por fazer sua jornada diária numa carruagem.
- Seu símbolo é um disco que representa o sol.
- Exerceu o poder da luz sobre as trevas e o mal.
- Conhecido como o deus da justiça.
- Associado a vitória, pois vence a noite e a morte.
- Era o que concedia luz e vida.
 
Surya (Arka) – Índia

- A Enciclopédia Britânica diz: “Surya, no hinduísmo, é o deus sol. É comumente representado em uma carruagem puxada por sete cavalos ou por um único cavalo com sete cabeças. Um dos mais esplêndidos templos dedicados a Surya é o (“Templo do Sol”) do século XIII, em Konark. Ali toda a estrutura é concebida como uma carruagem sobre rodas na qual o deus Sol cavalga pelos céus puxados por cavalos empinados. Os Puranas (coleções de mitos e lendas hindus) registram que as armas dos deuses foram forjadas a partir de pedaços retirados de Surya, cuja emanação completa era brilhante demais para suportar. Seu poder foi concebido como dissipando a escuridão, curando doenças, aquecendo e iluminando o mundo.

- A Enciclopédia Novo Mundo diz: “O templo (Konark) assume a forma da carruagem de Surya (Arka), o deus do sol, fortemente decorado com talha de pedra. Todo o complexo segue o padrão de design de uma enorme carruagem puxada por sete cavalos animados em doze pares de rodas elaboradamente decoradas. O templo simboliza o movimento majestoso do deus do sol”.
http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Konark_Sun_Temple
 
Cavalos puxando a carruagem – Konark
 
As rodas da carruagem - Konark
 
Vemos na Índia, um deus sol numa carruagem, muito brilhante, que dissipa ou vence a escuridão, que aquece e ilumina o mundo e um curador.

Apolo – Roma/Grécia

Templo de Apolo, Pompéia, Itália

- A Enciclopédia Novo Mundo diz: “Na mitologia grega e romana, Apolo era o deus da luz, da verdade, do arco e flecha, da música, da medicina e da cura, mas também portador da peste mortal. Ele acabou sendo identificado com o deus Sol Hélios usurpando o lugar do último deus no panteão grego. Os Jogos Píticos que foram realizados a cada quatro anos em Delfos foram conduzidos em honra do deus. Foi nesses jogos que o ramo de louro, geralmente usada em sacrifícios expiatórios, foi usada para construir a coroa da vitória.
Apolo teve um grande número de denominações no mito grego, apenas algumas ocorreram na literatura latina, principalmente entre elas Febo (o "brilhante"), que era muito comumente usado tanto pelos gregos como pelos romanos para denotar o papel de Apolo deus da luz.
Nas terras tradicionalmente celtas, ele era mais freqüentemente visto como um deus da cura e do sol e era freqüentemente comparado com os deuses celtas de caráter similar.
- Apolo Atepomarus ("o grande cavaleiro" ou "possuindo um grande cavalo"). Os cavalos estavam no mundo celta, intimamente ligados ao sol.
- Apolo Belenus ('brilhante'). Este epíteto foi dado a Apolo em partes da Gália, norte da Itália e Noricum (parte da Áustria moderna). Apolo Belenus era um deus da cura e do sol.

- A Enciclopédia Britânica diz: “Seu nome próprio Febo significa "brilhante" ou "puro", e essa visão tornou-se corrente, que ele estava conectado com o sol.

- O pesquisador Bernal Martin em sua obra Atena Negra": As raízes afro-asiáticas da civilização clássica”, apresentou a hipótese de que o nome Apolo, derivou de Hórus, deus solar egípcio, através de adaptações fonéticas intermédias na Fenícia.



- O historiador Heródoto, dizia que Apolo e Hórus eram o mesmo deus.
Heródoto - História - Livro II, 144,156


- A obra Gênio de Petrarca: Pentimento e Profecia (Petrarch's Genius: Pentimento and Prophecy) de Marjorie O'Rourke Boyle diz na página 35 que o imperador Augusto fez um templo em honra de Apolo adornada com a quadriga solar (carro de duas rodas puxado por quatro cavalos emparelhados), ou carruagem do sol.
 
- Em sua Elegía, Propércio que viveu entre 43 a.C e 17 d.C. deixa uma descrição admirativa do Templo de Apolo Palatino: “Tu me perguntas porque me fizeste esperar? É que o divino Augusto há pouco abriu o magnífico pórtico de Apolo. [...] Ao meio do pórtico se eleva, em mármore, o templo, que Apolo prefere por Délos, onde ele nasceu. Eles admiram sob o cume de uma carruagem do Sol em ouro; e a porta dupla, nobres restos do elefante de África, que representou um dos lados dos gauleses precipitados das alturas do Parnaso, do outro a morte cruel da infeliz Níobe. Finalmente Apolo, vestindo uma túnica flutuante, fez soar suas canções entre sua irmã e sua mãe. - Propércio (tradução de J. Genouille, 1834), Elegía, livro II, XXXI.

Vemos um deus solar numa carruagem, brilhante ou da luz, associado as vitórias, e que cura!
 
Parte anterior 4
Parte anterior 4 (Continuação)

Parte posterior 5 B (continuação):

Parte posterior 5 C (continuação):
 
Vídeo da 5° Parte no Youtube: 

4 comentários:

  1. Ansiosa para continuação....

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    1. Olá! Tive que dar uma pausa na série, porque estou terminando de escrever um livro para uma editora! Novidades em breve!

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    2. Escrevendo um livro pra editora? Aí sim! Mais uma vez parabéns pela pesquisa cabal.

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    3. Sim, pela editora Chiado. Lançamento em Portugal e no Brasil, em Abril. Será sobre a Cruz!
      Obrigado pelo o incentivo.

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