INTRODUÇÃO
Olá, primeiramente quero agradecer por estar visitando o
meu blog. Essa é a segunda matéria que estou divulgando ao público (O assunto
sobre a cruz já foi exposto). Venho estudando seriamente os assuntos em relação
a bíblia já por 3 anos e meio, e tenho muito o que aprender ainda.
Porém, quero compartilhar com vocês alguns destes estudos
já abrangidos por mim que talvez também poderá ser de proveito para você
leitor.
Eu chamo este estudo, de “estudo técnico” onde não visa
questionar propriamente os dogmas e crenças das religiões cristãs, mas sim
expor de maneira científica e erudita as mais avançadas pesquisas tanto de
ordem protestante e evangélica, como a católica, na área dos manuscritos
bíblicos.
Vou expor alguns fatos, e fazer algumas questões:
- Todas as bíblias são iguais? Se respondeu que sim, veja
essas informações:
Existem mais de 5.500 cópias de manuscritos gregos do
novo testamento. Nenhuma cópia é igual a outra. Não existem mais os autógrafos
originais dos escritores bíblicos. Em qual ou quais manuscritos a sua bíblia é
baseada? Não sabe?
Você pode afirmar que a sua bíblia é totalmente
confiável?
Porque as bíblias Católicas possuem 73 livros, e as
bíblias “Evangélicas” possuem 66 livros? Porque existem versículos
e palavras acrescentadas ou retiradas? Porque existem passagens
inteiras acrescentadas ou retiradas?
Vamos recorrer o que a própria bíblia diz sobre a
autenticidade das escrituras:
- Apocalipse 22:18
e 19 na Bíblia de Jerusalém diz:
“A todo o que ouve as palavras da profecia deste livro eu declaro: Se alguém
lhes fizer algum acréscimo,
Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. E se alguém tirar algo das palavras do livro
desta profecia, Deus lhe tirará também a sua parte da árvore da Vida e da
Cidade Santa, que estão descritas neste livro!”.
- No Antigo Testamento também temos uma declaração em Deuteronômio 4:2 na Bíblia NVI – Nova Versão Internacional diz:
“Nada acrescentem as palavras
que eu lhes ordeno e delas nada
retirem, mas obedeçam aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, que eu
lhes ordeno”.
O que é “nada”? “Nada” é nada! Pois até uma vírgula ou
qualquer pontuação pode alterar o sentido correto! Vou apontar apenas algumas
dezenas destas adulterações, e mostrar que apesar que haja esse fato, a bíblia
é sim um livro confiável, e romper o descaso de muitas pessoas que apelam ao
argumento de que não importa se há erros, mas a sinceridade de seus corações!
Deus se importa com aqueles que o seriamente o buscam, que fazem os maiores
esforços para adorá-lo da maneira correta e exata, senão, não deixaria as
declarações acima no livro do Apocalipse e Deuteronômio sobre adulterações! Em
outras palavras, esse estudo serve para aqueles que estimam a busca pela a
plena verdade.
Minha pesquisa abrangerá os chamados livros apócrifos. Mas
o principal enfoque, será na Crítica Textual do Novo Testamento.
Basearei o estudo nos mais respeitáveis eruditos do mundo
e do Brasil, e usarei tais fontes:
- O Texto do Novo
Testamento de Kurt Aland e Barbara Aland
- Origem e
Transmissão do Text do Novo Testamento de Wilson Paroschi
- Crítica Textual
do Novo Testamento de Wilson Paroschi - Doutor em Teologia
- O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo de Russell Norman Champlin - Doutorado
em filosofia em línguas clássicas na Universidade de Utah, professor
universitário atuando na UNESP por 30 anos.
- Variantes
Textuais do Novo Testamento de Roger L. Omanson – Professor do Seminário Teológico de Louisville.
- O Novo Testamento Grego 4° edição
atualizada de Barbara Aland, Kurt Aland, Johannes Karavidopoulos, Carlo M.
Martini (cardeal e arcebispo emérito de Milão, doutorado em Teologia) e Bruce
M. Metzger.
- Qual o texto
original do Novo Testamento de Wilbur
Norman Pickering - Mestrado em Teologia pelo Seminário Teológico de
Dallas (EUA), mestrado e doutorado em lingüística pela Universidade de Toronto
(Canadá).
- Novo Testamento Interlinear Analítico –
Texto Majoritário com Aparato Crítico
de Zane C. Hodges e Arthur Farstad.
- O Texto Bizantino na Tradição Manuscrita no
Novo Testamento Grego de Paulo Benício – Doutor em Letras na Univerdade
Federal de Minas Gerais, Mestre em Teologia pela Pontifica Universidade
Católica do Rio de Janeiro e Mestre em Teologia pela STH, Basiléia, Suiça.
- Usarei como
apoio, aproximadamente 40 traduções da
Bíblia e outras obras que serão especificadas ao longo da matéria.
Muito bem,
visto que esse assunto é um tanto dificultoso, vou poupar os leitores da
linguagem técnica o máximo possível, e tentar explicar de uma maneira simples e
de fácil compreensão para que todos possam tirar proveito.
NOÇÕES BÁSICAS
Primeiramente
você leitor tem que saber a diferença entre os manuscritos usados em sua bíblia e a tradução. Digo isso pois existem “adulterações” nos dois
casos, e as pessoas confundem isso. Vou dar um exemplo de adulteração de manuscrito:
- A Bíblia A
foi baseada no manuscrito Sinaítico.
- A Bíblia B
foi baseada no manuscrito Bizantino.
Porém apesar
de os dois manuscritos serem em grego, eles são diferentes um do outro.
Logicamente a Bíblia A é diferente de Bíblia B.
O manuscrito
Sinaítico por exemplo, não possui
Marcos 16:9-20. Nesse capítulo 16, só vai até o versículo 8.
Já o
manuscrito Bizantino, possui
os versículos de 9-20.
Nesse caso,
houve um acréscimo ou uma omissão? Qual manuscrito é confiável?
Esse é um
problema no conteúdo dos manuscritos,
o que confirma uma adulteração. A Ciência
da Crítica Textual estuda qual é o conteúdo que deve estar presente na
bíblia.
Já as adulterações das traduções, mesmo
que haja a mesma palavra grega em ambas as bíblias, tem que se recorrer a
gramática grega para definirmos o significado correto para a nossa língua, e
infelizmente muitos tradutores se baseiam em suas próprias interpretações e
tradições tanto no significado como na pontuação gramatical.
Portanto, tem
dois tipos de adulterações, que é a do conteúdo
e a gramatical.
Na questão de
livros, os chamados “apócrifos”,
também se encaixam na questão de conteúdo.
Será que o
conteúdo destes livros são inspirados por Deus e fazem parte do canon original?
Investigando esses
tipos de adulterações, torna essencial definirmos qual tradução devemos ler,
estudar e basear nossas crenças.
O QUE É A CIÊNCIA DA CRÍTICA TEXTUAL?
É o estudo dos
textos antigos (não só bíblicos) que procura restabelecer o texto original ou
os “autógrafos” assim como estes apresentavam antes de copistas introduzirem
alterações e erros durante esses processos de cópia. É uma avaliação da
evidência a favor do texto original.
O objetivo é
examinar criticamente a tradição manuscrita, avaliar as variantes (diferentes
formas escritas no mesmo texto) e reconstruir o texto que possua a maior soma
de probabilidades de ser o original. Essa elaboração é chamado de “Texto Padrão” ou “Texto Crítico”.
Resumindo...como
não existe mais os escritos originais do Novo Testamento, as cópias são
analisadas através de vários métodos para se aproximar ao máximo do que era o
original.
Apesar dessa
ciência analisar as cópias dos manuscritos, o “Texto Padrão” (bíblico), exerce a maior influência dos manuscritos Alexandrinos (Egípcios) que são os
Códices Vaticano 1209 e o Sinaítico,
além dos Papiros Chester Beatty e Bodmer, por se tratarem de ser os
manuscritos mais antigos já encontrados, ou seja, estão mais próximos dos
originais.
Só para cargo
de informação, as cópias do Novo Testamento é mais confiável do que muitos
textos da antiguidade como: os de Eurípedes, Sófocles, Ésquilo, Tucídides,
Platão, Catulo, Lucrécio, Terêncio, Lívio, Virgílio e Homero. É superior tanto
em datação como em número de documentos. Gosto de evidenciar esses dados pois
tais escritos não são colocados em dúvidas nas áreas acadêmicas como História,
Filosofia, Letras e outros, assim como a bíblia é.
Veja abaixo o gráfico:
A cópia mais
antiga que existe de Eurípedes foi escrita 1.600 anos depois da morte do poeta.
Quanto a Platão, o intervalo não é muito menor: encontra-se ao redor dos 1.300
anos!
RESUMO HISTÓRICO
As cópias a
mão, foram realizadas por um período de quase 1.500 anos. É compreensível os
erros involuntários. Só com a chegada da técnica da imprensa nos séculos XV e
XVI, é que esses problemas foram solucionados.
A Bíblia
Católica foi baseada nos manuscritos da Vulgata Latina por séculos, e não nos
manuscritos da língua original – o Grego (Apesar que hoje em dia, as Bíblias
Católicas serem baseadas em sua grande maioria pelo Texto Padrão Grego).
Mas o que nos
interessa mesmo, é o que Erasmo de Roterdã acabou produzindo em 1516, o
primeiro Novo Testamento Grego que chegou ao domínio público. Essa é conhecida
como a bíblia da reforma, ou seja, dos protestantes e evangélicos.
Em 1519,
Erasmo lançou a 2° edição com algumas correções em relação a 1° edição.
Essa 2° edição
foi a base da tradução alemã de Martinho Lutero (1522) e da tradução em inglês
de William Tyndale (1525).
QUAIS MANUSCRITOS ERASMO USOU?
Na maioria de
sua edição, usou apenas dois manuscritos, o 2e e o 2ap,
ambos do século XII, e para fazer as correções, usou outros três manuscritos,
sendo que o mais antigo é também do século XII. Para o livro do Apocalipse,
usou o 1r, também do século XII. Para suprir a falta de algumas
partes, e escritas ilegíveis, utilizou a Vulgata Latina. A edição de Erasmo se
trata de um texto mesclado, e os manuscritos gregos utilizados são do tipo Bizantinos, inferiores e nada antigos,
ou seja, o “refugo” dos manuscritos Bizantinos!
Nos anos
seguintes muitos outros editores publicaram uma variedade de edições do Novo
Testamento em grego, influenciados pela edição de Erasmo e até usando um maior número
de manuscritos, porém todos Bizantinos, inferiores e tardios. Foi aí que surgiu
o Textus Receptus (1611), que serviu
de base para a tradução da King James
e mais tarde para a Bíblia Almeida.
Podemos
observar que a Bíblia da reforma, ou seja, as Bíblias dos protestantes e
evangélicos em geral, são baseados num único tipo de texto, os manuscritos Bizantinos tardios e inferiores.
Um argumento forte
para invalidar o uso destas bíblias, é que o Textus Receptus, como já citado, é o refugo dos manuscritos
Bizantinos, os manuscritos mais adulterados e corrompidos, que se distancia em 1500
diferenças dos melhores e mais antigos manuscritos Bizantinos.
Infelizmente
60% dos evangélicos e protestantes do Brasil, preferem as bíblias que são
baseadas no Textus Receptus, como a Almeida Revista e Corrigida e a Almeida Corrigida Fiel.
Ainda mais que
as bíblias oficiais de diversas denominações e de estudos, são essas citadas
acima, perdurando muitos erros doutrinários, leituras e meditações em bíblias
adulteradas!
Vejamos o que diz o prefácio da Bíblia de Estudo Apologia Cristã da CPAD: “A tradução de João
Ferreira de Almeida, na sua Edição Revista e Corrigida (ARC), é o texto
oficialmente adotado por diversas Igrejas Cristãs do Brasil”.
A Bíblia Almeida Revista e Corrigida, também
flerta com o Texto Padrão, fazendo dela um texto mais do que mesclado! É
interessante alguns evengélicos que usam tal bíblia, criticarem as Bíblias
baseadas no Texto Padrão. É uma pura contradição!!!
Já a Almeida Corrigida Fiel é fiel as Textus
Receptus!
Espero que
todos possam tirar proveito desse estudo!!!
Apologista do Tira Teima BíblicoParte Posterior 2
http://tirateimabiblico.blogspot.com.br/2017/11/ciencia-da-critica-textual-do-novo_29.html