quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

REFUTAÇÃO AO PROFESSOR WILLIAM J. TIGHE (NATAL)

É o natal uma festa originalmente cristã que foi mais tarde paganizada?

Será analisado o artigo do Jornal americano Touchstone, elaborado pelo Professor
associado de História no Muhlenberg College em Allentown, Pensilvânia, e conselheiro
do Ministério do Campus Católico, William J. Tighe. Ele é membro da Igreja Católica
Ucraniana St. Josaphat em Bethlehem, Pensilvânia. [1]
Vejamos as primeiras declarações de William J. Tighe no artigo:

1 - “Mas talvez seja interessante saber que a escolha de 25 de dezembro é o resultado de
tentativas entre os primeiros cristãos de descobrir a data do nascimento de Jesus com
base em cálculos calendáricos que nada tinham a ver com festivais pagãos.”
2 - “[...] o festival pagão do ‘Nascimento do Sol Invicto’ instituído pelo imperador
romano Aureliano em 25 de dezembro de 274, foi quase certamente uma tentativa de
criar uma alternativa pagã para uma data que já era de algum significado para os
cristãos romanos. Assim, as ‘origens pagãs do Natal’ são um mito sem substância
histórica.”
3 - “No calendário juliano, criado em 45 a.C. sob Júlio César, o solstício de inverno caiu
em 25 de dezembro, e por isso parecia óbvio para Jablonski e Hardouin que o dia devia
ter tido um significado pagão antes de ser cristão. Mas, na verdade, a data não tinha
significado religioso no calendário festivo pagão romano antes do tempo de Aureliano,
nem o culto ao sol teve um papel proeminente em Roma antes dele.”

Pois bem, em resumo, vemos que esse professor alega que o Natal cristão não é de
origem pagã, e que na verdade o imperador Aureliano paganizou essa festa de origem
cristã. Também alega que a data não tinha significado religioso no calendário festivo
pagão romano antes do tempo de Aureliano.

É bem ousado esse raciocínio, pois vai contra o que oficialmente, a própria Igreja
Católica declara, e principalmente contra os documentos históricos!


O que diziam os “primitivos cristãos da igreja” sobre o natal?

- A obra, “Curso de Liturgia” de João Batista Reus, teólogo e professor Católico de
teologia, na página 133, diz:
“Nenhuma festa do natal era conhecida nos 3 primeiros séculos. Concluímos este fato
do silêncio dos escritores daqueles tempos, que, enumerando os dias da festa,
mencionam só o domingo, a páscoa e o pentecostes, p. ex., Tertuliano e Orígenes. Este
último até afirma que somente os ímpios, como os Faraós e Herodes, celebravam o dia
do seu nascimento. O concílio de Nicéia não faz menção da festa do natal. Eusébio
também não fala dela. Arnóbio (por volta de 300, Advers. gentes I c. 34; ML 5 p. 758)
ria-se dos pagãos, porque celebravam o nascimento dos deuses. Em tal atmosfera a festa
do natal era impossível.” [2]

Vemos que não há registro algum nos 3 primeiros séculos da festa do natal. O pai da
Igreja Orígenes dizia que as comemorações natalícias, era costume de pessoas ímpias, e
o apologista cristão Arnóbio, desdenhava dos pagãos que celebravam o nascimento dos
deuses. Fica nítido, que tal comemoração era inexistente e algo reprovável pelos
chamados “primitivos cristãos da igreja”. Também, nem ao menos foi mencionada no
concílio de Nicéia (325 d.C.), e nem por Eusébio.


Quando foi mencionada essa festa pela 1° vez?

- A obra, “Curso de Liturgia” de João Batista Reus, teólogo e professor Católico de
teologia, na página 133, diz:
Pela primeira vez é mencionada no dia 25 de dezembro no ano de 354 em Roma, no
catálogo das festas, chamado:
Depositio Martyrum, com a rubrica "VIII Kal. Ianuarü
natus Christus in Betleem ludeae."
Mas, há razões suficientes para supor que já no ano
de 336 a festa foi celebrada neste dia.” [3]

Percebemos de que não há nenhum dado documental ou histórico, que sustenta a tese do
professor William J. Tighe. Nenhuma festa do natal é conhecida de fato, antes de 354,
ou supostamente antes do ano 336.

William J. Tighe reconhece isso ao declarar:

4 - “É verdade que a primeira evidência de cristãos celebrando 25 de dezembro como a
data do nascimento do Senhor vem de Roma alguns anos depois de Aureliano, em 336
d.C., mas há evidências tanto do Oriente Grego quanto do Ocidente latino que os
cristãos tentaram descobrir a data do nascimento de Cristo muito antes de eles
começarem a celebrar liturgicamente, mesmo no segundo e terceiro século. A evidência
indica, de fato, que a atribuição da data de 25 de dezembro foi um subproduto das
tentativas de determinar quando celebrar sua morte e ressurreição.”

Se as primeiras provas documentais e evidências da comemoração do Natal, vem muito
depois de Aureliano, que força tem o argumento as tentativas de descobrir a data do
nascimento de Cristo nos séculos II e III? Essas tentativas provam que já era uma data
importante, ou uma festa "cristã"? Obviamente esse argumento não prova nada, a não
ser tentativas frustradas de se descobrir o nascimento de Jesus!

 
O natal, é de origem pagã, ou genuinamente cristã?

- A Enciclopédia Católica Popular, de Manuel Franco Falcão, Bispo Emérito de Beja,
na página 353, diz:
“Quanto à data tradicional de 25 de Dezembro, já adoptada em Roma no ano 336, terá
sido escolhida como forma de substituir, por uma festa cristã, a festa pagã do
Natalis
Solis Invictis
, instituída pelo imperador Aureliano, em 274 [...].” [4]
É nítido que a Igreja Católica assume que originalmente, no dia 25 de dezembro, era
comemorado o nascimento do deus sol invicto, e que a igreja se apropriou desta data
tornando-a “cristã”.

Apesar de ser instituída oficialmente no calendário romano pelo imperador Aureliano
em 274, será que antes disso, já era observada como uma festividade do nascimento do
deus sol entre o povo pagão?

- A obra, “Curso de Liturgia” de João Batista Reus, teólogo e professor Católico de
teologia, na página 134, diz:
A explicação histórica. Foi indicada já por Petavius (+ 1652), e é sentença comum.Consiste na substituição da festa pagã do sol natural pela festa cristã do Sol divino,
Jesus Cristo.
A base certa desta explicação é a festa pagã do sol invencível (solis
invicti).
Atesta-nos esta festa:
a) O calendário de Filócalo do ano 354 com a rubrica: ‘VIII Kal. Jan. N (atalis)
invicti (Solis).’
b) O calendário do astrólogo Antíoco do ano c. 200;
c) As festas celebradas no fim do ano pelo imperador Juliano em honra do
Sol
invictos.
d) Desta festa fala S. Agostinho (s. 190 in Nat. D.), mui provavelmente, dizendo:‘Celebremos este dia não como os infiéis por causa deste sol, mas por causa daquele
que fez este sol’.”
[5]

Podemos observar que o teólogo Católico apontou uma prova histórica que atesta a festa
pagã do nascimento do deus Sol no dia 25 de dezembro. É o calendário do astrólogo
Antíoco do ano 200. O interessante é que a data deste calendário é antes do nascimento
do imperador Aureliano que se deu em 214. [6]

- O calendário do astrólogo Antíoco foi editado por Franz Boll. Na página 33, diz o
seguinte na data de 25 de dezembro:
“O Natalício do Sol, a duração da luz aumenta.” [7]

Vemos que Aureliano não foi quem criou essa festividade, pois já era comemorada entre
os pagãos antes mesmo de seu nascimento.

- O jornal Católico, “Voz da Igreja”, página 10, diz:
“Entretanto, antes de Cristo, em Roma, a partir do imperador Júlio César, o 25 de
dezembro era destinado aos pagãos para as comemorações do solstício de inverno, o
‘dia do sol invencível’, como atestam antigos documentos. Era uma festa tradicional
para celebrar o nascimento do Sol após a noite mais longa do ano no hemisfério Norte.
Para eles, o sol era o deus do tempo e o seu nascimento nesse dia significava ter vencido
a deusa das trevas, que era a noite. Era, também, um dia de descanso para os escravos,
quando os senhores se sentavam às mesas com eles e lhes davam presentes. Tudo para
agradar o deus sol. No século IV da era cristã, com a conversão do imperador
Constantino, a celebração da vitória do sol sobre as trevas não fazia sentido. O único
acontecimento importante que merecia ser recordado como a maior festividade era o
nascimento do Filho de Deus, cerne da nossa redenção. Mas os cristãos já vinham, ao
longo dos anos, aproveitando o dia da festa do ‘sol invencível’ para celebrar o

nascimento do único e verdadeiro sol dos cristãos: Jesus Cristo. De tal modo que, em
354, o papa Libério decretou, por lei eclesiástica, a data de 25 de dezembro como o
Natal de Jesus Cristo.” [8]

Esse jornal Católico diz que as comemorações do nascimento do sol, se dava desde
Júlio César, ou seja, em 45 a.C.

Essa declaração é bem coerente, pois vejamos o que diz a revista “Super Interessante”
sobre as celebrações do solstício de inverno:
“A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de
Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o
solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no
final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu,
até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o ‘renascimento’ do Sol.
Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar
a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano
seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os
gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa,
enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos.
Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que
representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos
que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de
Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a
trajetória do Sol ao longo do ano.

A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o
deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de
inverno [...].” [9]


- A obra, “Curso de Liturgia” de João Batista Reus, teólogo e professor Católico de
teologia, na página 136, diz:

“A lenda de Mitras tem o seu fundamento no solstício do inverno, a partir do qual o sol outra vez se levanta no hemisfério do norte. Chamar isto nascimento também é conforme ao nosso modo de falar: Nasce o sol todos os dias.” [10]
 
Com certeza, a data fixada por Aureliano para a celebração do nascimento do deus sol,
era um reflexo do que os povos pagãos já celebravam!

Vejamos quais foram as motivações de Aureliano de evidenciar essa data festiva no
império romano:

- A obra, “História das Crenças e das Ideias Religiosas” de Mircea Eliade, página 355,
diz:
“[...] Aureliano (270-275) avaliara corretamente a importância de uma teologia solar de
estrutura monoteísta para assegurar a unidade do Império. Reintroduziu o deus de
Êmeso em Roma modificando-lhe, porém, radicalmente a estrutura e o culto. Os
elementos sírios foram eliminados com cuidado, e o serviço foram confiados aos
senadores romanos. Fixou-se o aniversário do Deus
Sol invictus em 25 de dezembro,
‘dia de nascimento’ de todas as divindades solares orientais.” [11]

Aureliano estava evidenciando uma teologia solar de estrutura monoteísta. Já era uma
data referente ao nascimento dos deuses solares orientais. Portanto, não era algo novo
para os pagãos, já que as celebrações do solstício de inverno, se davam a milênios antes
de Cristo.
No que são baseados os cálculos que levam a data de 25 de dezembro?

William J. Tighe esclarece o raciocínio:

5 – “[...] temos que introduzir uma crença que parece ter sido difundida no judaísmo no
tempo de Cristo, mas que, como em nenhum outro lugar ensinado na Bíblia, caiu
completamente da consciência dos cristãos. A ideia é a da ‘idade integral’ dos grandes
profetas judeus: a ideia de que os profetas de Israel morreram nas mesmas datas em que
nasceram ou conceberam.
Essa noção é um fator chave para entender como alguns cristãos primitivos passaram a
acreditar que 25 de dezembro é a data do nascimento de Cristo.
Os primeiros cristãos aplicaram essa ideia a Jesus, de modo que os dias 25 de março e 6
de abril não foram apenas as supostas datas da morte de Cristo, mas também de sua
concepção ou nascimento.
[...] É até hoje, comemorado quase universalmente entre os cristãos como a Festa da
Anunciação, quando o Arcanjo Gabriel trouxe as boas novas de um salvador para a
Virgem Maria [...] Adicione nove meses a 25 de março e teremos 25 de dezembro [...].”

William J. Tighe esclarece que os cálculos se baseava numa crença não bíblica do
judaísmo, com outra crença não bíblica de que Jesus foi concebido no dia 25 de março!
Isso não passa de uma justificativa grosseira para não assumir de fato, que absorveram
uma festividade pagã!


Por que a igreja “cristianizou” tal festividade pagã?

A obra “Curso de Liturgia” de João Batista Reus, teólogo e professor Católico de
teologia, na página 134, diz:
“Urgia uma decisão. Abolir a festa do sol invictos, que era festa do imperador, era
impossível.
Portanto, os cristãos a transformaram numa festa litúrgica, método este que foi também
aplicado em outras festas.” [12]

Essa declaração é um tanto comprometedora. A igreja na verdade cedeu aos costumes e
as festas idólatras dirigidas aos deuses pagãos. Não somente o natal, mas as festas
juninas, por exemplo, também foram aderidas do paganismo. Em outras palavras, “só
mudou o nome”!

- A obra “Curso de Liturgia” de João Batista Reus, teólogo e professor Católico de
teologia, nas páginas 135 e 136, conclui:
“As autoridades acharam nisto um estímulo para proceder à mudança, os cristãos,
convertidos do paganismo, não tinham dificuldade em aceitá-la.” [13]

Esse “método” era uma forma eficiente para os pagãos aceitarem o cristianismo, desde
que seus costumes e tradições permanecessem. Ainda mais que o povo romano estava
sendo doutrinado pelos imperadores a seguirem o monoteísmo!


Conclusão

- O Professor William J. Tighe, não mostrou nenhuma prova documental e histórica de
que os cristãos comemoravam o nascimento de Jesus nos 3 primeiros séculos.
- Vimos que os primitivos cristãos da igreja não mencionaram essa festa em seus
escritos, e nem foi mencionada no concílio de Nicéia.
- As fontes oficiais Católicas dizem que o natal, em sua origem era sim pagã.
- Foi mostrado documentos históricos e fontes acadêmicas de que o nascimento do sol
era comemorado pelos pagãos antes mesmo de Aureliano vir ao mundo.
- O argumento de que os primitivos cristãos da igreja estavam tentando calcular quando
Cristo nasceu, não prova que comemoravam tal festa!
- A tese dos cálculos é baseada em pura crendice judaica e dos primitivos cristãos da
igreja.

O Professor William J. Tighe pareceu mais um fiel frustrado que não se conforma que
as tradições da igreja o qual pertence, não tem raízes cristãs genuínas, mas sim, pagãs, e
então elaborou um artigo que vai contra não somente as evidências históricas e
documentais, mas ao que sua própria igreja declara. Também não levou em conta que os
elementos que envolvem a festa de Natal são de origens pagãs, provenientes das
Saturnálias, festa essa que constava oficialmente no calendário romano, e já eram
comemoradas antes de Cristo!


Referências Bibliográficas

1 – TIGHE, W. J. Calculating Christmas. Touchstone: A Journal of Mere Christianity,
dez. 2003. Disponível em: <http://www.touchstonemag.com/archives/article.php?id=16-
10-012-v#continue>. Acesso em: 10 dez. 2018.

2 - REUS, J. B.
Curso de Liturgia. 3. ed. revista e aumentada. Petrópolis: Editora
Vozes, 1952. 508 p.

3 - REUS, J. B.
Curso de Liturgia. 3. ed. revista e aumentada. Petrópolis: Editora
Vozes, 1952. 508 p.

4 – FALCÃO, M. F.
Enciclopédia Católica Popular. 2. ed. revista e aumentada. São
Paulo: Editora Paulinas, 2006. 558 p.

5 - REUS, J. B.
Curso de Liturgia. 3. ed. revista e aumentada. Petrópolis: Editora
Vozes, 1952. 508 p.

6 -
Aureliano. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2018. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aureliano&oldid=53735536>. Acesso em:
10 dez. 2018.
 
7 – BOLLS, F. Griechische Kalender: Das Kalendarium des Antiochos. vol. 1.
Heidelberger, 1910. Disponível em:
<https://archive.org/stream/GriechischeKalender1DasKalendariumDesAntiochos/Griec
hische_Kalendar_1__Antiochus_boll_1910#mode/2up>. Acesso em 10 dez. 2018.

8 - TOSTA, R.; ZIMBRÃO, N. O Nascimento de Jesus.
Voz da Igreja: Jornal da
Diocese de Petrópolis.
Petrópolis, ano 1, n. 7, dez. 2014. Santo do Mês. p.10.
Disponível em:
<diocesepetropolis.com.br/wpcontent/uploads/2016/09/JORNAL07.pdf>. Acesso em 10
dez. 2018.

9 – VERGIGNASSI, A.; MINAMI, T. A verdadeira história do Natal.
Super
Interessante
. 30 nov. 2006. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/averdadeira-historia-do-natal/>. Acesso em: 12 dez. 2018.


10 - REUS, J. B. Curso de Liturgia. 3. ed. revista e aumentada. Petrópolis: Editora
Vozes, 1952. 508 p.

11 - ELIADE, M.
História das Crenças e das Ideias Religiosas: De Gautama Buda
ao Triunfo do Cristianismo, vol. 2. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. 465 p.

12 - REUS, J. B.
Curso de Liturgia. 3. ed. revista e aumentada. Petrópolis: Editora
Vozes, 1952. 508 p.

13 - REUS, J. B.
Curso de Liturgia. 3. ed. revista e aumentada. Petrópolis: Editora
Vozes, 1952. 508 p.